Se fosse para escolher um símbolo para identificar LIBERDADE, certamente a bicicleta estaria bem no alto da lista. Lembre de quando você era criança e o mundo era algo um pouco além do seu jardim, no máximo a uma quadra de sua casa. Para qualquer lugar que quiséssemos ir, era necessário um guia, pai ou mãe, um irmão mais velho, alguém para nos levar pelas mãos. Tempos em que tudo era muito longe.
Mas um dia nos apresentaram à bicicleta. Nos primeiros encontros éramos ainda guiados pelas mesmas mãos de antes. Mas nossa imaginação nos permitia vislumbrar um universo de possibilidades, com o mundo ficando menor, menor e menor, até que todos os lugares estivessem ao nosso alcance.
Ainda no início, éramos sustentados por um par de rodas laterais que nos mantinham equilibrados, mas ao mesmo tempo nos limitavam. Por estranho que possa parecer, eram estas rodinhas nossas amigas, mas também um ícone de nossos limites da infância. A cada curva lá estavam elas raspando no chão e nos lembrando que tínhamos muito a aprender. Seria necessário ter coragem para deixar de lado a segurança das “rodinhas”, coragem para cair, coragem para levantar.
E vem que num dia, quase sem querer, elas não estavam mais por lá. Era apenas você e um par de rodas, desafiando a física e o mundo. Então era hora de aceitar o desafio, subir, pedalar e se manter em movimento, mesmo com curvas pela frente. Lembre bem agora de como você se sentiu quando percebeu que estava pedalando pela primeira vez sem as “rodinhas”. Para muitos, acredito, foi uma das primeiras sensações de liberdade!
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